quarta-feira, 5 de outubro de 2011

“Homo sapiens”


Dias são curtos, noites podem ser infinitas, meu relógio pulsa aceleradamente eu tento correr atrás dos ponteiros para recuperar minutos mais acabo tropeçando nos segundos que atravessaram meu caminho. Este ritmo não para, sigo fielmente seu percurso, pois afinal de que me importa se amanha eu acordar e ver que a vida passou pela janela?
Sou o que o mundo faz de mim (um louco ambulante), fecho os olhos para o que importa dou ouvidos ao que me faz cair, sou o fruto desta selva de pedras e concreto, sou a imagem da globalização. O relógio da catedral toca me desperta da ociosidade momentânea, e me lembra de que o que eu faço no mundo não importa mas sim o que o mundo faz em mim.
A maratona continua, ela não pode parar. “- Se eu parar o mundo para?” – Não o mundo não pra te esperar. Então eu corro mais um pouco, até lá devo chegar, corro do mundo, corro para o mundo, corro até mesmo de quem faz meu mundo girar.
A fumaça dos carros e usinas são para mim como o aroma das flores do campo, o carro corre, o mundo corre pela minha janela, e eu corro do mundo para não fita-lo. O orvalho da manha me náusea, mas o barulho das buzinas não ferem meus tímpanos, eu curvo a cabeça e digo: -“Sim Sr” para quem me humilha, mas levanto o dedo na cara de quem me quer bem.
Eu estou aqui, mais não se preocupe já estou à caminho de lá, eu não me distraio com coisas fúteis como contemplar o céu, pois tenho muitos afazeres muitos planejamentos para concluir. Eu vivo de um lado para o outro sem perder os meus amigos (ponteiros) de vista.
Eu tenho uma inteligência fora de série, eu sou uma maquina ambulante, não tenho tempo para devaneios de amor, nem para afagos de amizade. Meu tempo é preciosismo, eu tenho horários e regras para seguir, não posso te dar um beijo de boa noite mas posso te dar um castelo feito em ouro. Eu posso comprar o luxo e o conforto (embora não tenha tempo para desfrutar deles), o meu cartão de credito vale muito mais que aquele de papel que os bastardos entregam no natal. Mas me desculpe não me dou ao luxo de parar, nem ao menos para estar com aqueles que me chamam de irmão e amigo... Resumindo eu não tenho tempo para você, mas de que isso importa? –Ah me desculpe acho que ainda não me apresentei formalmente: Sou o homo sapiens o mais racional de todos os seres viventes.

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