domingo, 15 de agosto de 2010

"Com as pernas tremulas"



Se existe uma missão difícil nesta vida é aprender a dar os primeiros passos sozinhos. Sabendo que não haverá ninguém para lhe dar a mão para atravessar a rua. Nem tão pouco alguém para o segurarmos quando os freios de sua bicicleta faltar.
A sensação é: “Estou andando por cima de cacos de vidro...”
Afinal,é justamente quando nos deparamos com um quarto escuro pela primeira vez, é que descobrimos o quanto somos impotentes.
No entanto é muito fácil empurrar as cobertas em uma noite fria de inverno sabendo que alguém irá lhe cobrir, aconchegantemente, o dando um beijo de: “Durma com os anjos”.
“-Mas até quando vai ser assim?”
É de um jeito ou de outro somos obrigados a sair por aí andando com os próprios pés (ainda meio trêmulos), tropeçando em pedras pelo caminho, e dando com a cara em postes.
-“Por que simplesmente queremos nos desprender dos laços que nos guiam com tanto amor?”
- Não, por que devemos, a vida exige isto de cada um de nós imparcialmente.
Há quem diga que a solidão é o pior castigo para o ser humano. No entanto ele nos faz crescer e perder o medo do escuro. Pois quando nos deparamos com ela, sobe um cala-frio pela espinha, e um soluço preso na garganta (depois de tanto gritar até a voz faltar), olhamos para o lado e nos damos conta do provável: -“Estamos sozinhos nesta...”
E é justamente sob esta circunstancia que: quando nos encontramos à sós remoendo sentimentos que não querem calar. É que aprendemos que quando a noite caí e as luzes da cidade se apagam é a hora mais precisa para em algum lugar ou espaço daquela escuridão e silencio que encontrar nosso verdadeiro EU.
E é quando a escuridão não mais o amedronta, nem o causa dano algum. Muito pelo contrario, o silencio do vazio da solidão, em uma madrugada fria te atrai. Então nos deparamos com a triste e dura realidade: “É chegada a hora de partir”...

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